O que é
O CDS 5 anos é um contrato de seguro contra calote da dívida soberana brasileira, negociado em mercados internacionais.
Seu valor (em pontos-base) representa o custo de proteger títulos de dívida pública do Brasil: quanto maior, maior a percepção de risco. É amplamente usado como indicador de risco-país.
Interpretação
- 🔎 CDS baixo: percepção de risco moderada, ambiente favorável ao investimento externo.
- 🏦 CDS médio: risco elevado, geralmente associado a incerteza fiscal e política.
- 🌍 CDS alto: sinaliza estresse, desconfiança dos credores e vulnerabilidade externa.
Movimentos no CDS dialogam diretamente com a confiança fiscal, a dinâmica da dívida/PIB, e a percepção de sustentabilidade da política econômica.
Análise
Evolução recente (2021–2025)
- 2021–2022: período de forte estresse, com picos acima de 300 bps (set/22), refletindo riscos fiscais e eleitorais.
- 2023: início de acomodação, mas ainda volátil, variando entre 130 e 220 bps em meio a debates fiscais.
- 2024: melhora progressiva após medidas de ajuste e cenário externo favorável. Apesar de picos (dez/24 em 214 bps), o ano terminou em queda.
- 2025: trajetória de queda consistente: de ~188 bps em mar para ~135 bps em set.
Leitura conjuntural 🔎
A queda expressiva em 2025 sinaliza maior confiança externa na solvência brasileira, mesmo em meio a juros altos (Selic próxima a 15%). O diferencial de taxas com os EUA e o superávit comercial sustentam o apetite por risco.
Leitura estrutural 🏦
Apesar da melhora, o CDS brasileiro ainda se mantém acima de pares mais sólidos, como México e Chile, refletindo fragilidades fiscais crônicas. O ajuste é conjuntural, mas a sustentabilidade de longo prazo depende de reformas e de credibilidade no manejo da dívida.
Implicações 🌍
- Câmbio: CDS baixo tende a reduzir a volatilidade do real, ao atrair fluxos externos.
- Dívida pública: menores prêmios de risco reduzem o custo de rolagem da dívida em dólares.
- Mercados: a queda recente fortalece o “carry trade” e sustenta entrada de capital especulativo.