O que é
A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) corresponde ao estoque de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no mercado doméstico em reais.
É o principal componente da dívida pública brasileira, absorvendo a maior parte das necessidades de financiamento do governo. Inclui títulos prefixados, pós-fixados (Selic), indexados à inflação e cambiais, em poder de bancos, fundos, seguradoras, investidores estrangeiros e pessoas físicas.
Interpretação
Crescimento da DPMFi: reflete aumento da necessidade de financiamento do Tesouro, seja para cobrir déficits, rolar vencimentos ou absorver choques de liquidez.
Composição da dívida é central: mais títulos atrelados à Selic ou à inflação aumentam a vulnerabilidade ao ciclo de juros e preços.
🔎 A evolução da DPMFi é um dos principais termômetros de risco fiscal, pois define quanto o governo depende do mercado interno e qual prêmio paga para se financiar.
Análise
Evolução jun/2020 → jul/2025
- Jun/2020: ~R$ 4,15 trilhões.
- Dez/2020: ~R$ 4,77 tri, impulsionada pela pandemia.
- 2021: avanço para ~R$ 5,35 tri em dez.
- 2022: segue em alta, chegando a ~R$ 5,70 tri em dez.
- 2023: acelera, alcançando ~R$ 6,27 tri em dez.
- 2024: encerra em ~R$ 6,97 tri (alta de 11% no ano).
- Jul/2025: recorde de ~R$ 7,63 trilhões.
Leitura
Em pouco mais de cinco anos, a DPMFi cresceu de R$ 4,1 tri para R$ 7,6 tri, expansão de cerca de 84%. Esse avanço reflete déficits persistentes, juros elevados e forte dependência do financiamento doméstico.
A fragilidade fiscal já se traduz em prêmios de risco mais altos: os juros futuros permanecem pressionados e o câmbio segue sensível a ruídos fiscais, mostrando que o mercado precifica com cautela a sustentabilidade da trajetória da dívida.