O que é
A Base Monetária Restrita (BM) é a moeda de alta potência criada diretamente pelo Banco Central: papel-moeda em poder do público e reservas bancárias no Bacen (compulsórios e voluntárias). É a base sobre a qual o sistema bancário multiplica crédito, expandindo os agregados mais amplos (M1, M2…).
Interpretação
Expansão da BM = inflação monetária. Mais base significa mais moeda sem contrapartida real, distorcendo preços relativos e financiando gastos do Estado.
Drenagem/contração da BM é ajuste: seca liquidez, encarece crédito e revela investimentos que só existiam pelo dinheiro fácil (início do bust).
- BM em alta: boom artificial sustentado por liquidez.
- BM estável/caindo: normalização com maior risco de correção.
O aumento da base não gera alta de preços uniforme. O processo é heterogêneo: setores ligados a crédito e ativos (bolsa, imóveis, bens duráveis) reagem primeiro, enquanto outros ajustam depois.
Para conter a propagação dessa inflação monetária nos índices de preços, o Banco Central recorreu à elevação artificial da taxa de juros. Essa medida não elimina a inflação já criada, apenas retarda seus efeitos visíveis. O resultado são novas distorções: encarecimento do crédito produtivo, fragilidade para empresas e famílias, e adiamento do ajuste inevitável.
Análise
Panorama 2020 → 2025
- 2020: salta ~R$ 300 bi → R$ 428 bi (expansão massiva de liquidez na pandemia).
- 2021–2022: estabiliza/recua levemente (faixa R$ 390–410 bi) — aperto parcial.
- 2023: estabilidade elevada (~R$ 395–418 bi).
- 2024: volta a subir: R$ 421 bi (jan) → R$ 446 bi (dez).
- 2025 (até jul): patamar alto e volátil, pico R$ 452,9 bi (jan) e ~R$ 442–446 bi até jul.
Em cinco anos, a BM saiu de ~R$ 310 bi (jan/20) para ~R$ 443 bi (jul/25): +43%. O salto de 2020 foi excepcional e massivo; depois, a base continuou crescendo de forma mais contida, porém sem reversão da inflação monetária.