O que é
A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) em poder do Banco Central corresponde ao estoque de títulos públicos federais que o Tesouro emite e que ficam registrados na carteira do Bacen.
Essa posição reflete principalmente operações de política monetária, como compromissadas e ajustes de liquidez. Diferente da DPF em poder do público, não representa dívida junto a investidores, mas sim títulos usados pelo Bacen para regular o mercado.
Interpretação
Alta da DPMFi em poder do Bacen: indica maior uso de títulos para esterilização da liquidez ou
para gestão monetária.
Queda: sugere devolução de títulos ao Tesouro ou menor necessidade de operações compromissadas.
Como esses papéis não estão com o mercado, mas no balanço do Bacen, eles não afetam diretamente o financiamento público, mas têm impacto na política monetária e na composição do balanço do Banco Central.
Análise
Evolução jan/2020 → jul/2025
- Jan/2020: ~R$ 1,89 trilhão.
- Dez/2020: sobe para ~R$ 1,93 tri.
- 2021: cresce gradualmente, alcançando ~R$ 2,03 tri em dez.
- 2022: acelera, chegando a ~R$ 2,16 tri em dez.
- 2023: segue em alta, encerrando em ~R$ 2,32 tri.
- 2024: aumenta para ~R$ 2,52 tri em dez.
- Jul/2025: alcança ~R$ 2,75 tri (recorde da série).
Leitura
O estoque da DPMFi em poder do Bacen cresceu de R$ 1,89 tri em 2020 para R$ 2,75 tri em jul/2025, expansão de cerca de 45% em cinco anos. Esse movimento acompanha a necessidade de operações de mercado aberto em ambiente de juros altos e liquidez abundante.
O aumento reflete que o Bacen mantém uma carteira volumosa de títulos para sustentar sua atuação na política monetária. Na prática, reforça a interligação entre endividamento público e gestão da liquidez: quanto maior a necessidade de controlar a expansão monetária, maior tende a ser a posição do Bacen em DPMFi.